
O filme tem frases e cenas memoráveis, como a da canção do túnel. “Somos infinitos” é algo tão simples e tão real! Descreve todo o contentamento de estar ao lado de quem amamos fazendo algo agradável e divertido. Mas, ainda mais que essa, minha cena favorita do filme, a qual, para mim, resume tudo o que o filme é e que mostra o significado ser um por-fora, deslocado, invisível, é a do baile de retorno.
Charlie está parado com um copo na mão, encostado na parede, vendo todos se divertirem. Uma música alegre e boa começa a tocar e Sam e Patrick surtam. E começam a fazer a dança maluca deles, a “rotina da sala de estar”. Então Charlie aos poucos se solta e vai até eles dançar.
Simples e engraçado; e a melhor parte é que eles estão soltando a franga e nem uma única pessoa está olhando para eles. Invisíveis. E felizes.
Para mim essa cena e essa música são perfeitas. Não consigo vê-la ou ouvi-la sem pensar em coisas semelhantes que aconteceram comigo… sem pensar em como eu mesma sou a que fica de lado na festa e as vezes vou lentamente para a pista soltar a franga. Não necessariamente como eles, mas é por aí a ideia.
Ao final do filme eu estava chorando copiosamente, não por alguma coisa triste ou algo assim. Eu chorei pela mensagem e pelo tanto que aquele filme era sublime, a perfeita caracterização de uma realidade. Chorei por pensar na minha vida e meus momentos infinitos, os amores que aceitei, as músicas que toquei e as coisas que escrevi. Chorei porque era tudo verdade. A cada esquina você pode cruzar com uma pessoa que viveu uma ou outra coisa daquelas e você provavelmente nem olhou para a cara dela direito.
Um último comentário antes de concluir: as atuações são magníficas, por parte de todos, mas destaco o trio principal: Logan Lerman, Emma Watson e Ezra Miller. Estupendos. Não tenho certeza de ter visto Ezra antes (ainda preciso assistir “Vamos Falar Sobre o Kevin”), mas obviamente conheço muito bem a Emma e o Logan… você se esquece completamente de todos os outros personagens que eles foram, eles são Charlie, Sam e Patrick. Em momento algum lembrei de Hermione ou de Percy/D’Artangnan e imagino que de Kevin também. Percebe-se claramente o tanto que eles se entregaram para o papel. Foram maravilhosos, totalmente maravilhosos.
Enfim, esse filme é mais um exemplo de que ser invisível não é ruim. Na verdade, é muito bom. Com todas as atribulações, você ainda pode fazer coreografias doidas sem ser notado. Você pode viver livremente. Recomendadíssimo à absolutamente todo mundo, mas em especial à todos que se sentem invisíveis.
Letícia Wilhelm
Escritora, formada em Letras e professora de língua inglesa. Gostaria de rodar o mundo e, mais ainda, criar um próprio para que outros possam visita-lo. Curte observar as pequenas coisas da vida e às vezes contá-las em histórias. Gosta de café e chocolate, de ver a chuva caindo e das tardes laranjas de outono.
Esse filme é simplesmente PERFEITO. Amo a Emma desde Harry Potter (AMO TUDO SOBRE HARRY POTTER rsrsrs).
A trilha sonora é divina, deixa o filme ainda mais comovente/divertido.
Enfim ;D
abraços,
Iago Marcell
Lindo post, Letícia.
Vi o filme há pouco tempo, me emocionei muito, me identifico com o Charlie. Me vi muito nele, só que sem os amigos.. É isso, parabéns.
Leny